/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/D/9/TvxHBHTpWV1q318BUATg/wallpaper-1680x1050.jpg)
A 36 anos que Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre / RS, 17 de março de 1945 – São Paulo / SP, 19 de janeiro de 1982) saiu precocemente de cena, aos produtivos 36 anos, assombrando, enlutando e assustando o Brasil. Um dos melhores álbuns da cantora gaúcha, o Elis de 1972, será relançado neste primeiro semestre de 2018 em edição não somente remasterizada, mas também remixada.
Projeto de João Marcelo Bôscoli, a reedição do álbum Elis (Philips) nada tem a ver com efemérides. Até porque, ao longo desses 36 anos, já ficou evidente que Elis vive na memória do Brasil que cultua a MPB surgida na era dos festivais, plataforma para a ascensão da cantora a partir de 1965. Há quem sustente que Elis foi a maior cantora do Brasil de todos os tempos. Não há exagero nisso, como tampouco há exagero em quem aponta Gal Costa e Maria Bethânia – cantoras que lançaram os primeiros discos em 1965, ano da explosão de Elis, e que se projetaram naqueles mesmos efervescentes anos 1960 – como intérpretes da mesma grandeza de Elis.
Estrelas instantâneas daquela década, Gal e Bethânia se confirmaram grandes e singulares cantoras ao longo dos últimos 53 anos. Elis viveu pouco, mas fez muito nesse breve tempo que lhe foi destinado. Porque, a rigor, foi no período de 1965 a 1981 que Elis se imortalizou, já que a pré-histórica discografia de 1960 a 1963 nunca esteve à altura da voz que já se insinuava rara naqueles compactos e LPs juvenis. Ou seja, Elis fez tudo o que fez de importante em apenas 17 anos.
Tão grande quanto a voz foi o faro de Elis para selecionar repertório, ainda que às vezes o repertório de um disco lhe chegasse pelas mãos de produtores e/ou executivos da indústria fonográfica, como Roberto Menescal, o verdadeiro mentor do irretocável cancioneiro gravado por Elis no ora remexido álbum de 1972 – o disco em que, (pela primeira vez) sob a batuta de César Camargo Mariano, Elis deu voz a Atrás da porta (Francis Hime e Chico Buarque, 1972), a Nada será como antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972) e a Mucuripe (Fagner e Belchior, 1972), entre outras músicas à altura da magnitude da cantora.
Sim, Elis vive, faz sombra e, de certa forma, paira em cena como a imorredoura saudade do Brasil!
Fonte:Mauro Ferreira, G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário